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Sínodo para a Amazônia: Uma Igreja com rosto indígena

em 09/12/2019 | 00h00min

Sínodo para a Amazônia: Uma Igreja com rosto indígena

Nos dias 6 a 27 de outubro, realizou-se em Roma o Sínodo Especial dos Bispos para a Amazônia.

O tema escolhido pelo Papa foi “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”. Como explicou o Sumo Pontífice no documento de convocação, o objetivo do evento é “identificar novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus, especialmente dos indígenas, frequentemente esquecidos e sem perspectivas de um futuro sereno, também por causa da crise da Floresta Amazônica, pulmão de capital importância para nosso planeta”.

Em 2018, durante um encontro com os povos indígenas em Porto Maldonado, no Peru, o Papa Francisco falou sobre a riqueza dos saberes e da diversidade indígena, sobre a necessidade de defender a Amazônia e seus povos e, também, sobre as ameaças que estes povos enfrentam em função dos interesses econômicos em seus territórios. Foi naquela ocasião que o Papa convocou oficialmente o Sínodo para a Amazônia.

Os documentos Sinodais falam sobre a Pan-Amazônia, que é muito mais ampla do que a Amazônia brasileira. A Pan-Amazônia é uma região extensa, com cerca de 7,8 milhões de quilômetros quadrados, no coração da América do Sul. Ela é composta por nove países: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, Suriname, Guiana e Guiana Francesa. A maior parte desta região (aproximadamente 5,3 milhões de km2) é de florestas, o que representa 40% das florestas tropicais do Planeta. A Amazônia abriga entre 10 e 15% da biodiversidade terrestre e é uma importante fonte de oxigênio para todo mundo. Conta com cerca de 33 milhões de habitantes, 3 milhões dos quais são indígenas pertencentes a 390 grupos ou povos diversos.

Tudo isso deixa bem claro que o Sínodo não interfere na soberania brasileira nem dos outros países envolvidos. Trata-se sim de refletir sobre o cuidado com a Criação, como parte da missão da Igreja.

Bem significativo foi também a renovação do pacto das Catacumbas celebrado inicialmente por um grupo de padres conciliares em 1965 e agora reafirmado nas Catacumbas de Domitilla confirmando, como Igreja, a opção preferencial pelos pobres.

Cinco capítulos, mais uma introdução e uma breve conclusão: este é o documento final da Assembleia Especial para a Região Pan-amazônica, divulgado em 26 de outubro, por desejo do Papa.

Dentre os temas, missão, inculturação, ecologia integral, defesa dos povos indígenas, rito amazônico, papel das mulheres e novos ministérios, sobretudo nas áreas de difícil acesso à Eucaristia.

Conversão: esse é o tema do documento final do Sínodo Pan-amazônico. Uma conversão que tem diferentes significados: integral, pastoral, cultural, ecológica e sinodal. O texto é o resultado do “intercâmbio aberto, livre e respeitoso” desempenhado   durante as três semanas de trabalhos do Sínodo, para relatar os desafios e o potencial da Amazônia, o “coração biológico” do mundo, espalhado por nove países e habitado por mais de 33 milhões de pessoas, incluindo cerca de 2,5 milhões de indígenas. No entanto, esta região, segunda área mais vulnerável do mundo devido às mudanças climáticas provocadas pelo homem, está “numa corrida frenética rumo à morte” e isso exige urgentemente, reitera o Documento, uma nova direção que permita que seja salva, sob pena de impacto catastrófico em todo o planeta.

Participaram deste evento eclesial 184 Padres Sinodais, 113 vindos das circunscrições eclesiásticas pan-amazônicas, além de 17 representantes dos povos indígenas e 55 auditores e auditoras.

Como Filhas de Maria Auxiliadora, o Instituto teve a felicidade de ter diretamente no campo a presença de Ir. Maria Carmelita de Lima Conceição, Inspetora da Inspetoria Laura Vicuña de Manaus (BMA) e de Ir. Mariluce dos Santos Mesquita, da Inspetoria Sta.Teresinha (BMT) que participaram na qualidade de auditoras.

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Fonte: Redação